15 de julho de 2014

Comentários de Mateus 14

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Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
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1. Naquele tempo Herodes, o Tetrarca, ouviu a fama de Jesus.
2. E disse a seus servos: 
Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos, e por isso operam nele estes milagres.
3. Porque Herodes tinha prendido a João, e o atado, e posto na prisão, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe.
4. Porque João lhe dizia: 
Não é lícito tê-la para ti.
5. E querendo matá-lo, tinha medo do povo, porque o consideravam como profeta.
6. Porém ao ser celebrando o dia do nascimento de Herodes, a filha de Herodias dançou no meio, e agradou a Herodes.
7. Pelo que com juramento lhe prometeu de dar tudo o que pedisse;
8. E ela, tendo sido instruída primeiro por sua mãe, disse: 
Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.
9. E o rei se entristeceu; mas pelo juramento, e pelos que [com ele] estavam [à mesa], mandou que fosse dado [a ela].
10. E ele mandou degolarem a João na prisão.
11. E sua cabeça foi trazida em um prato, e dada à menina; e ela a levou a sua mãe.
12. E seus discípulos vieram, e tomaram o corpo, e o enterraram; e foram, e o anunciaram a Jesus.
13. E Jesus, tendo ouvido, retirou-se dali em um barco, a um lugar deserto à parte; e as multidões, ao ouvirem, seguiram-no a pé das cidades.
14. E quando Jesus saiu, viu uma grande multidão, e comoveu-se com eles; e curou aos enfermos dentre eles.
15. E chegando o entardecer, chegaram-se a ele seus discípulos, dizendo: 
O lugar é deserto, e o tempo é já passado; despede as multidões, para que se vão pelas aldeias, e comprem para si de comer.
16. Mas Jesus lhes disse: 
Não tem necessidade de irem; dai-lhes vós de comer.
17. Porém eles lhe disseram: 
Nada temos aqui além de cinco pães e dois peixes.
18. E ele disse: 
Trazei-os a mim aqui.
19. E mandando às multidões que se sentassem sobre a grama, e tomando os cinco pães e os dois peixes, e levantando os olhos ao céu, abençoou[-os]; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões;
20. E comeram todos, e fartaram-se. E levantaram do que sobrou dos pedaços, doze cestos cheios.
21. E os que comeram foram quase cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.
22. E logo Jesus fez entrar no barco a seus discípulos, e [mandou] que fossem adiante dele para a outra margem, enquanto que despedia as multidões.
23. E tendo despedido as multidões, subiu ao monte à parte para orar. E chegada já a noite, ele estava ali sozinho.
24. E o barco já estava no meio do mar atormentado pelas ondas, porque o vento era contrário.
25. Mas à quarta vigília da noite Jesus foi até eles, andando sobre o mar.
26. E os discípulos vendo-o andar sobre o mar, perturbaram-se, dizendo: 
É um fantasma!,
E deram gritos de medo.
27. Mas Jesus logo lhes falou, dizendo: 
Tende bom ânimo, sou eu, não tenhais medo.
28. E Pedro lhe respondeu, e disse: 
Senhor, se és tu, manda-me vir a ti sobre as águas.
29. E ele disse: 
Vem. 
E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas, para vir a Jesus.
30. Mas vendo o vento forte, temeu; e começando a afundar, clamou, dizendo: 
Senhor, salva-me.
31. E Jesus, estendendo logo a mão, pegou-lhe, e disse-lhe: 
[Homem] de pouca fé, por que duvidaste?
32. E quando subiram no barco, o vento se aquietou.
33. Então vieram os que estavam no barco, e o adoraram, dizendo: 
Verdadeiramente tu és Filho de Deus.
34. E passando para a outra margem, vieram à terra de Genesaré.
35. E quando as pessoas daquele lugar o reconheceram, enviaram por toda aquela terra ao redor, e trouxeram-lhe todos os que passavam mal.
36. E suplicavam-lhe, que somente tocassem a borda de sua roupa; e todos os que [a] tocavam, ficavam saudáveis.




14.18-21 Embora alguns “cristãos” comunistas distorçam este texto grosseiramente na tentativa de mostrar que Jesus era “socialista”, o fato é que Cristo não tirou o pão e o peixe de alguns e os deu a outros (o que seria roubo, como no sistema comunista), mas multiplicou sem precisar tirar nada de ninguém (como no liberalismo econômico, onde o livre comércio sem intervenção estatal promove um equilíbrio perfeito, gerando desenvolvimento e benefícios para toda a sociedade, sem precisar tirar de uns para dar a outros).

14.25 quarta vigília da noite. A quarta vigília da noite era o período entre as 3 e as 6 horas da manhã. Jesus saiu para orar ao anoitecer (durante a primeira vigília, que era o período entre as 18 e as 21 horas), e só deixou de orar na quarta vigília, o que mostra que ele orou durante um período de aproximadamente 9 horas ininterruptas, sozinho no monte.

14.26 é um fantasma. Isso obviamente não significa que os discípulos tinham uma crença intelectual na existência de fantasmas, mas no momento de desespero e de pânico eles acreditavam em qualquer coisa.

14.31 homem de pouca fé. Pedro andou sobre as águas enquanto tinha fé, mas a perdeu quando deixou que o medo tomasse conta de si. O milagre e o sobrenatural de Deus só ocorrem em um ambiente de fé, e não de incredulidade.

14.33 e o adoraram. V. nota em Mt.2.11. 

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