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Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
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1. E aconteceu que, amontoando-se as multidões sobre ele, por ouvirem a palavra de Deus, ele estava junto ao lago de Genesaré.
2. E viu dois barcos que estavam junto ao lago, e havendo os pescadores descido deles, estavam lavando as redes.
3. E entrando em um daqueles barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o desviasse um pouco da terra; e sentando-se, ensinava às multidões enquanto estava no barco.
4. E quando terminou de falar, disse a Simão:
Vai ao alto mar, e lançai vossas redes para pescar.
5. E respondendo Simão, disse-lhe:
Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada tomamos; mas por tua palavra lançarei a rede.
6. E fazendo-o assim, recolheram grande quantidade de peixes, a ponto da rede se romper.
7. E acenaram aos companheiros que estavam no outro barco, que viessem ajudar. E vieram, e encheram ambos os barcos, de tal modo, que quase afundavam.
8. E vendo Simão Pedro [isto], derrubou-se aos pés de Jesus, dizendo:
Sai de mim, Senhor, porque sou homem pecador.
9. Porque ele havia sido tomado pelo espanto, e a todos os que estavam com ele.
10. E semelhantemente também a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão:
Não temas, desde agora pescarás gente.
11. E quando levaram os barcos à terra, deixaram tudo, e o seguiram.
12. E aconteceu que, estando em uma daquelas cidades, eis um homem cheio de lepra, e vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo:
Senhor, se quiseres, bem me podes limpar.
13. E estendendo ele a mão, tocou-o, dizendo:
Quero, sê limpo.
E logo a lepra o deixou.
14. E mandou-lhe que o não dissesse a ninguém:
Mas vai, mostra-te ao sacerdote, e oferte por tua limpeza, como mandou Moisés, para lhes dar testemunho.
15. Porém sua fama andava tanto mais; e ajuntaram-se muitas multidões para o ouvir, e para serem curadas por ele de suas enfermidades.
16. Mas ele se retirava para os desertos, e [ali] orava.
17. E aconteceu em um daqueles dias que estava ensinando, e estavam ali sentados fariseus e doutores da Lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém; e o poder do Senhor estava [ali] para os curar.
18. E eis que [uns] homens, que traziam em uma cama um homem que estava paralítico; e procuravam levá-lo para dentro, e o porem diante dele.
19. E não achando por onde o poder levar para dentro, subiram em cima do telhado, e pelas telhas o abaixaram com o leito para o meio [da casa], diante de Jesus.
20. E vendo ele a fé deles, disse-lhe:
Homem, teus pecados são perdoados.
21. E os escribas e os fariseus começaram a questionar, dizendo:
Quem é este, que fala blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?
22. Porém conhecendo Jesus seus pensamentos, respondeu, e disse-lhes:
O que vós imaginais em vossos corações?
23. O que é mais fácil? Dizer:
Teus pecados são perdoados?
Ou dizer:
Levanta-te, e anda?
24. Ora, para que saibais que o Filho do homem tem poder para na terra perdoar pecados,
(Disse ao paralítico:)
Eu digo a ti, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
25. E ele, levantando-se logo diante deles, tomou o [leito] em que estava deitado, [e] foi para a sua casa, glorificando a Deus.
26. E todos ficaram admirados, e glorificavam a Deus; e ficaram cheios de temor, dizendo:
Hoje vimos coisas incríveis!
27. Depois destas coisas, ele saiu; e viu a um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na casa de tributos, e disse-lhe:
Segue-me.
28. E ele, deixando tudo, seguiu-o.
29. E Levi lhe fez um grande banquete em sua casa; e [ali] estavam uma grande multidão de publicanos, e de outros que estavam sentados com eles [à mesa].
30. E seus escribas e fariseus murmuravam contra seus discípulos, dizendo:
Por que comeis e bebeis com cobradores de impostos e pecadores?
31. E respondendo Jesus, disse-lhes:
Os que estão sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão enfermos.
32. Eu não vim para chamar os justos, mas aos pecadores, para arrependimento.
33. Então eles lhe disseram:
Por que os discípulos de João jejuam muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?
34. Mas ele lhes disse:
Podeis vós fazer jejuar aos que estão na festa do casamento, enquanto o noivo está com eles?
35. Porém dias virão, quando o esposo lhes será tirado; [e] então naqueles dias jejuarão.
36. E dizia-lhes também uma parábola:
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; de outra maneira, o novo rompe [ao velho]; e ao velho não convém remendo do novo.
37. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra maneira, o vinho novo romperá os odres, e se derramaria, e os odres se perdem.
38. Mas o vinho novo é posto em odres novos; e ambos juntamente se conservam.
39. E ninguém que beber o velho, quer logo o novo; por que diz:
O velho é melhor.
5.8 sai de mim, Senhor, porque sou homem pecador. Declaração que deve ser interpretada à luz do reconhecimento de Pedro acerca de sua própria pecaminosidade, em contraste com a santidade absoluta de Cristo. Sempre quando isso ocorria no AT, a reação era a mesma. Isaías, por exemplo, afirmou: “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is.6:5). Quanto mais próximos estamos de Deus, mais vemos o quão pecadores somos e o quanto necessitamos da graça dEle para tudo. Aquele que se diz próximo de Deus mas considera a si mesmo sábio e santo ainda não conheceu verdadeiramente a Deus.
5.10 desde agora pescarás gente. V. nota em Mt.4:19.
5.14 não dissesse a ninguém. V. nota em Mc.1:44.
5.16 mas ele se retirava para os desertos, e ali orava. V. nota em Mc.6:46.
5.21 fala blasfêmias. V. nota em Mt.9:3.
5.20 teus pecados são perdoados. V. nota em Mc.2:5.
5.27 cobrador de impostos. V. nota em Mc.2:14.
5.30 por que comeis e bebeis com cobradores de impostos e pecadores? V. nota em Mc.2:16.
5.31 os sãos não necessitam de médico. V. nota em Mt.9:12.
5.34 podeis vós fazer jejuar. V. nota em Mt.9:15.
5.38 vinho novo é posto em odres novos. V. nota em Mc.2:22.
5.39 o velho é melhor. Os fariseus já estavam tão alicerçados na “tradição dos anciãos” (v. nota em Mt.15:2) que não apresentavam nenhuma disposição de coração a aceitar algum ensino novo, como os que Cristo vinha ensinando. Tal como alguém que bebe o vinho velho não deseja abandonar o vinho velho por um vinho novo, é difícil convencer as pessoas da verdade, se elas já estão presas a uma tradição histórica ou denominacional.
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