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Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
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1. Naqueles dias, havendo uma multidão muito grande, e não tendo que comerem, Jesus chamou seus discípulos para si, e lhes disse:
2. Tenho compaixão da multidão, porque já há três dias que estão comigo, e não têm o que comer.
3. E seu eu os deixar ir em jejum para suas casas desmaiarão no caminho; porque alguns deles têm vindo de longe.
4. E seus discípulos lhe responderam:
De onde poderá alguém fartar a estes de pão aqui no deserto?
5. E perguntou-lhes:
Quantos pães tendes?
E eles disseram:
Sete.
6. E mandou à multidão que se sentassem pelo chão. E tomando os sete pães, e tendo dado graças, partiu-os, e os deu a seus discípulos, para que os pusessem diante deles. E eles os puseram diante da multidão.
7. E tinham uns poucos peixinhos, e tendo dado graças, disse que também os pusessem diante deles.
8. E comeram, e se fartaram; e levantaram, do que sobrou dos pedaços, sete cestos.
9. E eram os que comeram quase quatro mil; e despediu-os.
10. E logo entrando no barco com seus discípulos, veio para a região de Dalmanuta.
11. E saíram os Fariseus, e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe sinal do céu, tentando-o.
12. E ele, suspirando profundamente em seu espírito, disse:
Por que esta geração pede sinal? Em verdade vos digo, que não se dará sinal a esta geração.
13. E deixando-os, voltou a entrar no barco, e foi para a outro lado [do mar].
14. E [seus discípulos] tinham se esquecido de tomar pão, e nada tinham, a não ser um pão com eles no barco.
15. E mandou-lhes, dizendo:
Prestai atenção: tomai cuidado com o fermento dos fariseus, e o fermento de Herodes.
16. E questionavam uns com os outros, dizendo:
[Ele disse isto] porque não temos pão.
17. E Jesus, conhecendo [a dúvida deles], disse-lhes:
Por que questionais que não tendes pão? Não percebeis ainda, nem entendeis? Ainda tendes vosso coração endurecido?
18. Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis?
19. E não vos lembrais, quando parti os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes?
Disseram-lhe:
Doze.
20. [Jesus disse]:
E quando [parti] os sete entre os quatro mil, quantas cestas cheias de pedaços levantastes?
E eles disseram:
Sete.
21. E ele lhes disse:
Como não entendeis?
22. E veio a Betsaida, e trouxeram-lhe um cego, e suplicaram-lhe que o tocasse.
23. E tomando ao cego pela mão, tirou-o para fora da aldeia, e cuspindo nos olhos dele, e pondo-lhe as mãos encima, perguntou-lhe se via alguma coisa.
24. E levantando ele os olhos, disse:
Vejo as pessoas; porque vejo que andam como árvores.
25. Depois voltou a pôr as mãos sobre os olhos dele, e os fez olhar atentamente, e ficou restaurado, e viu de longe e claramente a todos.
26. E o mandou para sua casa, dizendo:
Não entres na aldeia, nem digas a ninguém da aldeia.
27. E saiu Jesus e seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe; e no caminho perguntou a seus discípulos, dizendo-lhes:
Quem as pessoas dizem que eu sou?
28. E eles responderam:
João Batista, e outros, Elias; e outros, algum dos Profetas.
29. E ele lhes disse:
E vós, quem dizeis que eu sou?
E Pedro, respondendo, disse-lhe:
Tu és o Cristo.
30. E advertiu-lhes, que a ninguém dissessem [aquilo] dele.
31. E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muito, e fosse rejeitado pelos anciãos, e pelos chefes dos sacerdotes e escribas, e fosse morto, e depois de três dias ressuscitasse.
32. E dizia abertamente esta palavra. E Pedro, tomando-o consigo, começou a repreendê-lo.
33. Mas ele, virando-se e olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo:
Sai de diante de mim, satanás! Porque tu não compreendes as coisas de Deus, mas sim as coisas humanas.
34. E chamando para si a multidão com seus discípulos, disse-lhes:
Qualquer que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome sua cruz, e siga-me:
35. Porque qualquer um que quiser salvar a sua vida, a perderá; mas qualquer um que perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, esse a salvará.
36. Pois que proveito haveria para alguém, se obtivesse o mundo todo, e perdesse sua alma?
37. Ou que daria alguém em resgate de sua alma?
38. Porque qualquer um que se envergonhar de mim e de minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, também dele o Filho do homem se envergonhará, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.
8.6 partiu-os. V. nota em Mc.14:18-21.
8.11 pedindo-lhe sinal do céu. Os fariseus já viam os constantes milagres inexplicáveis de Cristo, como o paralítico que andou na frente deles (Mc.2:4-18), o cego de nascimento que passou a enxergar (Jo.9), a ressurreição de Lázaro (Jo.11) e tantos outros. Mesmo assim, em sua cegueira espiritual e endurecimento de coração, isso não lhes era suficiente – queriam mais para crer. Queriam ver alguma coisa espetacular acontecer no próprio Céu, como se não bastasse tudo aquilo que eles já tinham visto diante de seus olhos. Assim como foi com os demais milagres, este também não lhes convenceria, pois continuariam tolos em sua ignorância das coisas de Deus, uma vez que já estavam previamente decididos a não crer em Cristo. Assim como os fariseus, muitos nos dias de hoje dizem não crer em Deus e em Jesus pela falta de “evidências extraordinárias”, ignorando todo o mundo a nossa volta, que é um projeto tão perfeito que atesta por si mesmo a existência de um Projetista. Como todo projeto tem um projetista, e o Universo é o projeto mais magnificamente projetado que existe, é logicamente consistente crer em um design inteligente, a que chamamos Deus. Ele não precisa operar milagres extraordinários – que violariam a capacidade de livre-arbítrio para decidir crer ou não crer – pois a própria existência da vida a partir da não-vida já é um milagre.Biologicamente falando, a vida só pode surgir de outra vida. Cientificamente falando, nada vem do nada. A existência da vida, assim como a existência do Universo a partir do nada (i.e, sem matéria, sem tempo), já constituem evidências mais que suficientes para provar a existência de Deus – e os milagres que a ciência não explica são apenas efeitos desta evidência maior.
8.11 pedindo-lhe sinal do céu. Os fariseus já viam os constantes milagres inexplicáveis de Cristo, como o paralítico que andou na frente deles (Mc.2:4-18), o cego de nascimento que passou a enxergar (Jo.9), a ressurreição de Lázaro (Jo.11) e tantos outros. Mesmo assim, em sua cegueira espiritual e endurecimento de coração, isso não lhes era suficiente – queriam mais para crer. Queriam ver alguma coisa espetacular acontecer no próprio Céu, como se não bastasse tudo aquilo que eles já tinham visto diante de seus olhos. Assim como foi com os demais milagres, este também não lhes convenceria, pois continuariam tolos em sua ignorância das coisas de Deus, uma vez que já estavam previamente decididos a não crer em Cristo. Assim como os fariseus, muitos nos dias de hoje dizem não crer em Deus e em Jesus pela falta de “evidências extraordinárias”, ignorando todo o mundo a nossa volta, que é um projeto tão perfeito que atesta por si mesmo a existência de um Projetista. Como todo projeto tem um projetista, e o Universo é o projeto mais magnificamente projetado que existe, é logicamente consistente crer em um design inteligente, a que chamamos Deus. Ele não precisa operar milagres extraordinários – que violariam a capacidade de livre-arbítrio para decidir crer ou não crer – pois a própria existência da vida a partir da não-vida já é um milagre.Biologicamente falando, a vida só pode surgir de outra vida. Cientificamente falando, nada vem do nada. A existência da vida, assim como a existência do Universo a partir do nada (i.e, sem matéria, sem tempo), já constituem evidências mais que suficientes para provar a existência de Deus – e os milagres que a ciência não explica são apenas efeitos desta evidência maior.
8.12 não se dará sinal a esta geração. Nenhum sinal do Céu, como os fariseus queriam (v.11). O único sinal que lhes seria dado seria “da terra” – a ressurreição de Jesus (v. nota em Mt.16:4).
8.15 fermento dos fariseus. V. nota em 1Co.5:6-7.
8.21 como não entendeis? V. nota em Mc.6:52.
8.22-26 O relato mostra que nem sempre uma cura ocorre instantaneamente. Foi somente na “segunda tentativa” que aquele cego passou a ver claramente. Ele também nos mostra que Jesus operava seus milagres como homem. Como Deus, ele poderia curar aquele homem no mesmo instante, se assim quisesse. Como homem, precisou de duas tentativas. Embora Jesus fosse Deus, ele viveu (e agiu) como homem. Como Lucas diz, Jesus “andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus era com ele” (At.10:38), e não “porque ele era Deus”.
8.28 João Batista... Elias... algum dos profetas. Homens muito importantes, mas não o próprio Deus encarnado. Mesmo a multidão que acreditava em Jesus não suponha que ele fosse “Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt.16:16). Pensavam estar seguindo apenas um grande profeta, assim como os profetas do AT.
8.33 sai de diante de mim, satanás! Às vezes, até grandes homens de Deus podem se deixar levar pelas “astutas ciladas do maligno” (Ef.6:11). É por isso que nós não devemos ignorar as intenções dele (2Co.2:11).não compreendes as coisas de Deus. V. nota em Mt.16:23. O diabo não pensa da forma que Deus pensa, mas da forma que os homens pensam. Por isso, às vezes acaba até trabalhando em favor dos planos de Deus, como quando colocou no coração de Judas o desejo de trair Jesus, quando foi do desígnio do próprio Deus que Jesus fosse morto para ressuscitar ao terceiro dia (At.4:28). É por isso que “os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor” (Is.55:8). Deus trabalha em um prisma superior e diferente do homem, que nem nós nem Satanás podemos compreender direito a uma primeira vista.
8.34 tome a sua cruz. V. nota em Lc.9:23.
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