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Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
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1. E depois de seis dias Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago, e a João seu irmão, e os levou a um monte alto à parte.
2. E transfigurou-se diante deles; e seu rosto brilhou como o sol, e suas roupas se fizeram brancas como a luz.
3. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4. E Pedro, respondendo, disse a Jesus:
Senhor, é bom estarmos nós aqui; se quiseres, façamos aqui três cabanas, uma para ti, e uma para Moisés, e uma para Elias.
5. Estando ele ainda falando, eis que uma nuvem brilhante os cobriu com uma sombra. E eis uma voz da nuvem, que disse:
Este é o meu amado filho, em quem me agrado; a ele ouvi.
6. E os discípulos, ouvindo [isto], caíram sobre seus rostos, e temeram muito.
7. E chegando-se Jesus a eles, tocou-os, e disse:
Levantai-vos, e não tenhais medo.
8. E levantando eles seus olhos, viram a ninguém, a não ser somente a Jesus.
9. E quando desceram do monte, Jesus mandou-lhes, dizendo:
A ninguém digais a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.
10. E seus discípulos lhe perguntaram, dizendo:
Por que, então, os escribas dizem que é necessário que Elias venha primeiro?
11. E Jesus, respondendo, disse-lhes:
Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas.
12. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o reconheceram; em vez disso fizeram dele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem sofrerá por meio deles.
13. Então os discípulos entenderam que ele estava lhes dizendo de João Batista.
14. E quando chegaram à multidão, veio um homem a ele, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo:
15. Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático, e sofre muito mal; porque muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água.
16. E eu o trouxe a teus discípulos, mas não puderam o curar.
17. E Jesus, respondendo, disse:
Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando ainda terei de sofrer por causa de vós? Trazei-o a mim aqui.
18. E Jesus o repreendeu, e o demônio saiu dele, e o menino sarou desde aquela hora.
19. Chegando-se então os discípulos a Jesus à parte, disseram:
Por que nós não o pudemos expulsar?
20. E Jesus lhes disse:
Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo, que se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a este monte:
Passa-te daqui para lá,
E ele passaria; e nada vos seria impossível.
21. Mas este tipo [de demônio] não sai, a não ser por oração e jejum.
22. E eles, enquanto andavam na Galileia, Jesus lhes disse:
O Filho do homem será entregue em mãos de homens.
23. E o matarão, e ele será ressuscitado ao terceiro dia.
E eles se entristeceram muito.
24. E quando entraram em Cafarnaum, os cobradores das didracmas vieram a Pedro, e disseram: Vosso mestre não paga as didracmas?
25. Ele disse:
Sim.
E entrando em casa, Jesus o antecipou, dizendo:
Que te parece, Simão? De quem os reis da terra cobram tributos ou o censo? De seus filhos, ou dos outros?
26. Pedro lhe disse:
Dos outros.
Jesus lhe disse:
Portanto os filhos são livres.
27. Mas para que eles não se ofendam, vai ao mar, e lança o anzol; e o primeiro peixe que subir, toma, e quando abrir a boca dele, acharás um estáter; toma-o, e dá a eles por mim e por ti.
17.3 Moisés e Elias. V. nota em Mc.9:4.
17.5 a ele ouvi. V. nota em Lc.9:35.
17.9 a ninguém digais a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos. Pedro registrou este acontecimento décadas depois da ressurreição de Jesus, em 2Pe.1:17-18.
17.12 Elias já veio. V. nota em Mt.11:14.
17.20 por causa de vossa incredulidade. Em outra ocasião semelhante, Jesus acrescentou que era pela falta de oração e jejum (Mc.9:28-29).
17.20 fé como um grão de mostarda. Não “do tamanho” de um grão de mostarda, mas “como” um grão de mostarda. O grão de mostarda era o menor daquela região, e também o que mais crescia, podendo chegar a árvores de três metros de altura (v. nota em Mt.13:32). A lição de Jesus apresentada aqui é que, se os discípulos tivessem fé como o grão de mostarda, ela (que naquele momento ainda era pequena – v.20) cresceria e se desenvolveria na mesma medida que o grão de mostarda cresce até o ponto de se tornar a maior das hortaliças. Jesus não queria uma fé do tamanho do grão de mostarda, mas uma fé que crescessecomo o grão de mostarda, ao ponto de remover montanhas (v.20).
17.21 mas este tipo de demônio não sai, a não ser por oração e jejum. Há vários “tipos” de demônios, em diferentes graus de poder, uns mais poderosos e outros mais fracos, tendo o próprio Satanás como o líder máximo deles, enquanto Miguel é o líder máximo dos anjos (“arcanjo” vem do grego “archaggelos”, que significa “chefe dos anjos”, título que pertence com exclusividade a Miguel na Bíblia). Jesus diz que paraaquele tipo de demônio era necessário muita oração acompanhada de jejum, pois era uma espécie de nível superior aos comuns, que podem ser expulsos por menos. Isso também serve de lição espiritual para as nossas vidas, pois, quanto maior é o ataque que sofremos do maligno, maior também é a nossa necessidade de consagração a Deus em oração e jejum, para vencermos estes ataques.
17.24 didracmas. Era o imposto anual no valor aproximado de dois dias de trabalho. Jesus também pagava este imposto, dando a César o que era de César (Mt.22:21).
17.26 portanto os filhos são livres. Por mais que Jesus fosse contra o imposto em si, ele ainda assim pagava, em respeito às autoridades, a quem devemos submissão (Rm.13:1-7). O imposto era pago para que as autoridades não se escandalizassem (v.27).
17.27 O fato de Jesus ter precisado apelar a um milagre para conseguir pagar o imposto mostra claramente que ele (e seus discípulos) não era rico, pois neste caso teria dinheiro para pagar sem precisar ir até o mar, lançar o anzol e milagrosamente encontrar uma moeda na boca de um peixe. Jesus tinha uma vida humilde e pobre (v. nota em Lc.9:58).
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